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UM OUTRO LUGAR QUALQUER, MENOS O ATUAL

JANUÁRIO, Sérgio S.

Mestre em Sociologia Política

 

 

São as estruturas e instituições políticas que garantem que as condutas dos pátrios sejam executadas num determinado acordo social ou selada num contrato social tácito. Nesse contrato social as pessoas estão coordenadas a viverem de determinada forma e de acordo com um conjunto de valores educacionais, religiosos, artísticos, morais cotidianos, éticos regulamentados, econômicos e políticos.

Assim se formam como uma sociedade que, mesmo quando os seus membros não se conhecem pessoalmente, são capazes de se integrarem num cerrado de limites sociais e expectativas comportamentais. Com essas regulações, a forma de ser e as condições de práticas geram estabilidades comportamentais. Essas regularidades sociais fazem com que as próximas atividades estejam contidas e protegidas dentro desses mesmos limites que permitem ser.

Em sentido longitudinal, de geração em geração, os novos membros de grupos sociais vão criando diferentes formas de ser e alterando, aos poucos, as referências comportamentais. Assim, podemos dizer que as sociedades se transformam sem rupturas e guerras, fazendo surgir mudanças comportamentais e de valores sem necessitar entrar em confrontos de aniquilamentos.

Quando as mudanças se dão dentro das mesmas gerações ou quando se processam por meio de confrontos entre seus membros obtém-se, em geral, uma luta social e política na qual sairá um vencedor e um derrotado. E, como forma de sociedade, a consequência é uma ruptura que tende a se tornar violenta e opressora.

As eleições presidenciais de 2018 são reveladoras desses confrontos, muito embora não sejam a única fonte para as mudanças sociais. As eleições 2018 protagonizam, em tese, dois grandes grupos que rivalizam-se usando críticas ao adversário, sem a mínima preocupação com suas virtudes. O confronto encarna a necessidade de mudanças das instituições políticas [Partidos, Estado, Representação Parlamentar, Legislação Eleitoral, Sistema Tributário, Foro de Privilégios, Benefícios Seletivos e Privilégios Corporativos...].

A luta tem como alvo o Enfrentamento das Estruturas Políticas protetoras de uma Aristocracia perversa diante da “miséria do mundo real”. Foram vários momentos de demonstração de desconfiança; grandes manifestações populares nas ruas que mostraram a necessidade de mudanças geracionais e transformações urgentes. Por nada ter sido feito e pela Aristocracia Política ter ficado de costas, o momento atual tem catalisado todas as frustrações geradas pela Fadiga Política. Os caminhos agora são de confronto entre grupos e de enfrentamento ensacado em eleições e votos.

É por isso que as pessoas, muitas delas eleitoras, estão menos interessadas em planos de governo e debates eleitorais e mais concentradas no campo de lutas de Enfrentamento. Não se quer mais a promessa de solução, mas a mudança institucional capaz de colocar o país num outro lugar. E não se sabe qual lugar, apenas que não deve ser o mesmo. O resultado eleitoral não será uma vitória, tão somente um passo. A caminhada será longa. O ato seguinte virá das eleições municipais que tracionará as angustias com mais proximidade entre os combatentes.

Nossa Democracia e nossa Cultura Política, que surgiu torta e sem povo, fraca e faminta, só poderá ser revigorada quando se enxergar no espelho, ver a si mesma e reconhecer seus desajustes. Essa tarefa é nossa! Vem aí as AULESTRAS EXITUS! Aguarde!



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